quinta-feira, 6 de maio de 2010

Na frente da tua fuça.


Um dia as coisas todas ao teu redor vão parecer velhas e apagadas, e você não vai mais ter vontade de olhá-las. Um dia você vai se cansar de andar nas mesmas ruas, de dar os mesmos passos.
Um dia você vai enjoar da cara das pessoas. Vai deixar de dar bom dia. Vai parar de olhar as vitrines, e não vai mais querer sentar na mesma praça, no mesmo banco.
Um dia você vai reclamar da vida, e perceber que são as mesmas reclamações batidas. Seu trabalho não te agrada, sua casa está sempre vazia, sua vida está estagnada.
Um dia você vai se ver no espelho e enjoar do seu cabelo, dos seus olhos, do seu rosto, vai enjoar do que vê, pois você vê todo o dia.
Um dia os sorrisos vão custar a aparecer. Você já não aguenta mais a cara mal humorada, mas para mudar a expressão facial, você fica triste.
Um dia você vai crescer, se formar, encontrar alguém legal, achar que está ficando velho, casar, ter filhos, e passar o tempo juntando dinheiro pros estudos das crianças e pras melhorias da casa.
E aí vai perceber que por ter se acomodado, você deixou a vida toda passar. Deixou seus sonhos morrerem, deixou seu grande amor ir embora, deixou o tempo pra trás. Deixou o palco e agora está na platéia.
Um dia você vai perceber que ter uma vida pré-estabelecida é uma merda. Que se foda o planejamento, que se foda a rotina. Que se foda tudo o que eu quiser mandar se foder.
Um dia você chuta o balde, e descobre o que te faz feliz.

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