terça-feira, 27 de abril de 2010

Quando mudam as estações

Eu não sou nenhum rei ao qual devem pagar tributos ou a quem devem idolatrar. Não preciso que me paguem impostos, que me vistam e que façam reverências à minha presença. Mas minha personalidade tem uma certa inspiração em antigas majestades, tem um quê pomposo em sua estrutura, recheada de orgulho e exigente de respeito. Sem falar na tirania presente em cada segundo pós decepção.
Creio eu que sou carinhoso, amoroso e outros osos mais que podem ser traduzidos para o lado romântico. Sou cativado facilmente, me deixo levar e me permito fantasiar muitas coisas. Mas isso tudo é preso a um lado cruel e sanguinário, que é frio o tempo que eu me permitir ser. Um lado que bate em corpo morto, que nega esmolas e que não dá o casaco pra namorada. Um lado capaz de chutar crianças.
As vezes você chega a pensar se não está virando um bandido. Eu não sei aonde isso tudo vai chegar, e não estou tão preocupado. Costumo fazer as coisas do meu jeito, e esse é o meu jeito. Quando o verão vai embora, ele leva um tempo pra voltar. Um tempo regado de frio e melancolia, um tempo em que as folhas caem.
Notei o lápis no teu olho, e não sei se foi pra me atingir, consciente ou inconscientemente. Note que o meu está nu, distante, e tudo o que eu faço é de caso pensado.

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