quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Espelho


Teus olhos enganam quem quiser olhar.
O riso que mostra é pura mentira.
Por trás dessa máscara que ainda insiste em usar,
Alguém até pode enxergar o que é sua vida.

A imagem que tem do que era você
Passo a passo vai perdendo a cor.
É só um rascunho do que costmavas ser,
E o que costumava fazer perdeu o esplendor.

Teus portos seguros não recebem mais os navios,
As velas não têm mais pavios, teu sol já não nasce.
A tua orquestra perfeita já não tem mais som,
Teus deuses perderam o dom, teu corpo é disfarce.

E a coroa de espinhos no seu coração
Se enrosca com a mente em destruição,
O que sente confunde, tua voz já não soa,
Teus relatos sobre outra pessoa,
São sobre você.

As histórias que costumava contar
Nem mesmo as paredes parecem ouvir.
E as coisas que você sempre costumou adorar
Agora não estão no lugar, tentaram fugir.

O beijo que você acabou sem dar
Insiste em voltar na sua memória.
Teus lábios já não querem em outros lábios tocar,
O amor que tinha pra dar agora é história.

Teu sol escaldante agora congela de frio,
O teu baú está vazio, levaram o ouro.
A chuva de verão se tornou uma tempestade,
O reino não tem magestade,o templo é um matadouro.

E a coroa de espinhos no seu coração
Se enrosca com a mente em destruição,
O que sente confunde, tua voz já não soa,
Teus relatos sobre outra pessoa,
São sobre você.

São sobre a sombra que já não te segue mais,
São sobre a paz que a tempos sumiu.
Sobre o monstro que agora apareceu,
O homem que não morreu, mas que se feriu.
Tão fundo que já não tem como se
Curar totalmente, fazer com que dor
Nunca mais retorne, e que o amor
Que nunca conheceu, venha do nada
E bote o carro que bateu de volta na estrada.

E a coroa de espinhos no seu coração
Se enrosca com a mente em destruição,
O que sente confunde, tua voz já não soa,
Teus relatos sobre outra pessoa,
São sobre você.

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