domingo, 6 de junho de 2010

Soneto de Outono

Que tens nos olhos, ao me fitar desse jeito?
Parece que rouba todos os meus sentidos,
Encontra e rejunta os pedaços partidos
Que repousavam dentro do meu peito.

Que tens nos lábios, ao lançar esses risos?
É um sorriso que me invade, contagia,
Que me faz sorrir também, e até ousaria
Dizer que na doença, são o éter que preciso.

Oh, dias que não passam, longe da minha menina,
Se arrastam lentamente, como um pobre moribundo,
Que se nega à rendição e não aceita sua sina,

E quem explica essa lei, que governa nosso mundo,
Onde o dia esperado - quando chega - já termina,
E faz saudade doer, e o amor ser mais profundo.

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