sábado, 26 de junho de 2010

Os 63 primeiros dias

O espelho não tem mais graça ao me refletir sozinho. Tua imagem já é parte indispensável do semblante meu. Isso explica o amanhecer mal humorado, pois o reflexo matinal não te mostra. E, como adepto dos pecados capitais, volto a perceber tua ausência através da minha vaidade, que não me tira da frente do espelho. Não apenas este, todo o cenário à minha volta está decorado com lembranças. E eu me agarro nas às fotos, a antigos versos. Me perco nas palavras, nas reclamações, em todas as queixas de mau comportamento, em todas as vezes que eu ri e você amarrou a cara. Você faz com que qualquer outra pareça chata e extremamente imperfeita, e sei que nenhuma delas substituiria o gosto do teu beijo ou os arrepios que tenho ao tocar teu corpo. Você conseguiu fazer aquele que não via a hora de o ano acabar ter medo do fim deste, pois o temor de uma despedida me tira o sono. Longe de ti eu não aguento; ultimamente está difícil de aguentar as lágrimas. Porque insistem em nos manter distantes, meu bem?

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