quarta-feira, 9 de junho de 2010

Crise de Abstinência

Restaram algumas partículas do teu perfume na minha roupa e na ponta dos dedos, e passei a usá-las como cocaína. Foram apenas algumas carreiras pra ficar alto. Viciei. Quando o teu cheiro encontra as vias respiratórias e toca a corrente sanguínea, eu fico eufórico. Já não consigo ficar alguns dias sem consumir dessa substância, preciso ingerir doses cavalares apenas pra enfrentar o dia. Pensei até em comprar um frasco do perfume que usas, e cheirá-lo alucinadamente. Não funcionou. É a fusão deste com o teu odor natural que se torna viciante. Sem falar que, como todo o viciado, parti para drogas mais potentes. Tua pele e tua boca me levaram à ruína. Agora eu vejo a minha vida voltada para o meu consumo desenfreado de ti, que não se consuma diariamente, e assim me consome por inteiro. O pior é que não quero me submeter à reabilitação, não quero me afastar dessa necessidade doentia. Sou assumidamente um dependente químico - seu.

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