quarta-feira, 9 de setembro de 2009

A Água, o Frio, o Vento


Andando na chuva, fiquei observando os pingos caírem, e intrigado com a calmaria que se sucede em um dia chuvoso. Não ouço muitos ruídos, apenas os pingos caindo e o farfalhar das folhas quando o vento sopra. Tudo tão sozinho.
Chuva lembra lágrimas, pois estas também caem, também podem ocorrer numa calma aparente, com um silêncio mórbido que sufoca nossas angústias. Choro pode ser também uma tempestade, com gritos que liberam toda a ira enlatada em nosso corpo.
É a calmaria da chuva que me deixa fascinado. Não sei se é possível, mas tem dias que adoro a chuva, e tem dias em que a odeio. Creio que é porque preciso de paz interior, preciso perder a turbulência emocional, e apenas dias de chuva propiciam isso, há dias em que adoro ver isso estampado na minha face, em outros detesto, por saber que a natureza está simulando algo que não tenho.
Chuva, enfim, é como um atestado de melancolia. Por mais triste que eu insista em ser, detesto ver o mundo colorido de cinza. Amo dias ensolarados, nos quais eu vejo uma infinidade de cores, que me invadem de alegria. Por que será que me sinto fora de mim quando chove, se é uma alusão perfeita ao meu interior? Talvéz seja porque a mentira colorida é muito mais feliz que as cores neutras que vem com a chuva, e como o amarelo do sol que vem radiante por trás das nuvens, ainda tenho uma fagulha de esperança no meu coração chuvoso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário