segunda-feira, 8 de março de 2010

Vida longa ao Rei, que é quem vai levar as glórias

Pensar e transcrever, pensar no que escrever, pensar em transcrever, pensar para escrever. Isso toma tempo. É um esforço enorme, exercício localizado para neurônios, deve até queimar algumas calorias. E quando se pensa em alguém, se pensa no que falar, se pensa no que este alguém vai pensar, se vai gostar, ou até se vai ler.
Sempre penso na reação, penso no que vão fazer, e me sinto satisfeito ao saber que ocorreu como eu esperava. Afinal, ofereço o que eu sei fazer de melhor, e oferecer seu melhor às pessoas é uma grande prova de gratidão. Penso, sempre penso. Mas não sei se pensam. Escrevo pra ti, e pra ti, e pra ti, e pra ti também, mas não leio nada pra mim. Não, não é uma cobrança, a ninguém. Escrever é entregar o que se passa por trás do crânio, revelar o que se passa dentro do coração. E eu sempre revelo. Difícil é me revelarem coisas, e assim me fazem pensar mais, me condenam à dúvida, que me faz escrever mais, e revelar mais. É um círculo vicioso.
Vicioso, vício, viciante - viciado. Viciado em tantas coisas, apenas remédios para a abstinência do maior deles: sou viciado em carinho, e estão me deixando em uma clínica de reabilitação. Preciso de um novo traficante.

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