O inverno vem, e todo o ano você se pergunta se haverá alguém pra ficar abraçado. Mais do que o frio que rasga a pele, é a gélida sensação de abandono que congela o coração. Você olha para os lados e há casais de mãos dadas, há namorados tomando chocolate quente. Nas manhãs mais frias, os pares não acordam sozinhos, mas sim entrelaçados, ambos os corpos se esquentando. Mas você não, você acorda sozinho, com frio, com o peito gelado e abandonado. Você gosta de estar agasalhado, mas odeia todas as lembranças ruins que o inverno te traz. As lembranças de estar sempre sozinho, sempre esperando. E então os dias nublados e cinzentos tem a mesma cor do seu espírito, que não sabe como se alegrar e está até mais frio que o próprio inverno. Nessas horas você acha que nunca, nada na vida, vai ser pior que isso. Aí vem o tempo e te contraria. Aparece uma pessoa que você ama, e ela também te ama, e você não vê a hora de andar de mãos dadas e de tomar chocolate quente. Não vê a hora de abraçar, de dormir junto e acordar entrelaçado. Porém, não pode. Outro vilão, chamado distância, insiste em te deixar acordando sozinho e praticamente congelado. E então tudo piora, você sabe que tem alguém, mas não pode ver a todo o momento.
Há dias porém, em que toda a saudade parece ter valido a pena, e você vê o alguém amado. E você sente que, por algumas horas, o inverno rigoroso vai embora. Você sabe que o gelo vai voltar muito mais forte depois, mas que durante essa convenção de minutos, é verão.
Há dias porém, em que toda a saudade parece ter valido a pena, e você vê o alguém amado. E você sente que, por algumas horas, o inverno rigoroso vai embora. Você sabe que o gelo vai voltar muito mais forte depois, mas que durante essa convenção de minutos, é verão.
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