quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Considerações Finais

Fim de uma década, que começou com a maravilha de aprender a ler, e vai terminando com apenas mais uma noção do que é saber viver. 10 anos que fizeram um menininho se transformar em um menininho maior. No tamanho, apenas, e talvez em algumas poucas conclusões adquiridas pela experiência. Uma dezena de anos que ensinaram que família não é estar junto no jantar; que o certo não é fazer tudo o que a mamãe manda; que olhos também mentem; que feridas saram, mas cicatrizes sempre assombram; que você tem que ser homem pra assumir seus erros, pra não se envergonhar das suas vergonhas, pra enxugar suas lágrimas, pra trocar suas fraldas.
Fim de um ano, que começou com alguém voltando a andar, e termina com alguém tentando dar os mesmos passos do fim do ano passado. E, como no ano passado, e em todos os outros anos, vou dizer que foi o melhor ano da minha vida. Tive minhas decepções, e talvez a tristeza tenha tomado grande parte desses 365 dias, mas têm pelo menos uns 10 dias que valem por todos os outros agonizantes.
E amanhã, vai ser o fim de um dia, do último dia, que vai findar com mais uma sequência de histórias pra se contar, e vai iniciar o ano que vai terminar um ciclo, o qual eu estou tendo o orgulho de estar presenciando. E, pensando bem, o valor da vida deveria ser medido pelas histórias que você tem pra contar, não pelo numero de anos propriamente ditos que viveu. Meu filme tem apenas 16, mas acho meu curta muito mais interessante que muitos longas de 50 e tantos.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Mil motivos pra estar no teu enterro


Já perdi a conda das vezes que eu pensei em falar algo mas que não falei. Já perdi a conta das vezes que eu falei de ti sem estar no estado adequado. Já perdi a conta das vezes que eu tive espectativas de que podia dar certo. Juro por Deus que eu queria estar escrevendo algo vitorioso hoje, que provasse que a única luz dentro de mim me dizendo que se eu persistir, se eu acreditar, pode dar certo, funcionasse. Mas não funciona.
Eu posso ter feito do jeito errado, ter falado pouco demais, ter gaguejado muito, ter tentado um meio que não foi suficiente pra ti, mas, merda, eu tentei. Tudo o que eu sei fazer, ou melhor, a única coisa que eu sei fazer bem, eu dediquei pra ti, e dediquei diversas vezes. Sabe o que são noites sonhando com o teu beijo? Sabe o que é passar 4 dias esperando uma maldita resposta?
E o que eu ganhei, com todo esse sentimento? Ganhei um nariz vermelho e grande de PALHAÇO. Talvés alguém tenha razão ao me dizer que "essa menina não é pra ser sua", mas eu, BURRO como eu sou, quis arriscar, quis dar a cara pra bater.
De que adianta me dizerem que eu sou "diferente", que eu carrego muito sentimento, que alguém um dia vai vir, se no dia que eu mais esperei por esse alguém, ele não deu a chance que eu pedi?
Eu tinha todos os motivos do mundo pra te ter num altar, mas, ao menos hoje, meu coração queria te ver em uma cova.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Keep walking...

Hey, eu peciso falar contigo. Pera, deixa eu me concentrar, não to muito bem. Meeeu, tu tinha que ver, a gente começou a pedir cerveja pra quem passasse, e eu já não tô - pera, deixa eu me concentrar. Então. Não olha pra mim e ri, eu tenho que falar sério. Eu sei que tu tá rindo de mim, não é do momento. Tá, então. Eu já te falei um monte de vezes - presta atenção. VAI TOMAR NO CU, FILHA DA PUTA, PASSA DO LADO DA MÃE. Desculpa, deixa eu voltar ao foco. Não ri de mim! Tá, tu não tá rindo de mim. Tu tá mentindo, eu sei. NÃO RI! (risos). Ow, sério. Eu sempre preciso ficar bêbado pra falar isso... Mas é que eu tenho medo, muito medo, que tu me corte, que sei lá... Mas, quando eu to perto de ti, eu sinto algo muito forte, que eu não sei explicar... Ow, para de empurrar aí, velho, to conversando com ela. Ah, ir pra lá, ok. Tá, voltando aonde eu tava. Pára, não fica rindo! Enfim, onde eu tava... Ok, quando eu to perto de ti, isso, eu sinto algo que eu não sei explicar, mas é bom, é forte... Tu sabe que eu gosto muito de ti, muito. Ok, tu quer que eu esteja sóbrio pra dizer. Então eu vou pedir pra sair contigo amanhã. Tá bom, só preciso dizer sóbrio pra ti que eu te amo?

sábado, 12 de dezembro de 2009

Da Vinci


A gente se descobre e a gente se inventa. A gente se inventa e só assim se descobre. As vezes não descobre, outras vezes não inventa. Ou inventa que descobre, e aí descobre que inventa. Se descobre inventando, e inventa se descobrindo. E se renova, e se desloca, e se muda, e tudo volta. E quando volta, você descobre que se reinventar é vicioso, é perigoso, suculento e até imoral. Mas, descobre que inventar é, no mínimo, inevitável. E se não for, invento que é.
A gente se descobre e a gente se inventa. Eu faço isso pelo menos umas 10 vezes por dia. A gente descobre que é triste e inventa que é feliz. A gente inventa uma mentira, e descobre que é verdade. A gente descobre que gosta, e inventa que não sente nada. A gente inventa metáforas e descobre que esse é o nome que se dá pras coisas que não se explicam, mas que se entendem. A gente inventa que sabe das coisas, e descobre que não sabe nada.
E só assim se descobre como um ser, um inventor de descobertas.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Ancilostomíase

Rindo, rindo, indo e rindo. Indo e rindo, acho lindo. Não costumo escrever sobre sorrisos, muito menos sou uma pessoa que se vê radiante, até porque já me acostumei a me descrever deitado na sombra. Mas, detalhe - e apenas detalhes - me deixam alegre, me deixam sorrindo. E um sorriso sempre fica em primeiro plano. Um sorriso é tão humano quanto uma lágrima, e tem a mesma beleza inrustida no choro, mas de um modo diferente, de um modo feliz.
E como gosto das cores, amarelo é alegria, amarelo é gargalhada, amarelo me faz dar sorrisinhos a toa, como se fosse uma criança. Ela tem amarelo, sempre a vi com essa cor. E acho engraçado, muito engaçado, e nem sei porque. Não é arrebatador e estonteante como o vermelho intenso e nem tem o desejo rubro inrustido nessa cor. Mas, insisto em dizer que me tras alegria, como um raio de sol, que deixa tudo meio amarelo, tudo radiante, tudo, tudo, sorrindo.
Digitei tudo isso sorrindo, pra alguém que as vezesinhas me deixa sorrindo, e que eu sempre vejo sorrindo; a menina amarela que eu galanteio e que foi a musa dessa situação.