domingo, 23 de agosto de 2009

Por uma letra.


Demorei alguns segundos pra começar a escrever esse post. Engraçado, geralmente eu sei por onde começar. E, mais engraçado ainda que geralmente tudo flui, eu sei como continuar, e desta vez, nem iniciei o texto realmente. Curiosamente, escrevi umas 6 ou 7 linhas antes de escrever esta que estou agora, mas foi melhor apagar. Apaguei todas e fiz o mesmo parágrafo. E continuo sem dizer nenhuma palavra sentimental.

Demorei alguns anos pra perceber que nunca consegui ser sério e dizer o que eu quero. Não pra você. E ainda vou continuar assim, mesmo sabendo que não tem razão nenhuma eu continuar sentindo. Não tem razão nenhuma eu continuar dizendo que amo você, mas que não tenho coragem de dizer na sua cara, não tenho coragem de falar tudo o que eu quero, não tenho coragem de ver você rir e não olhar no meu olhar, de virar o rosto e fingir estar escutando, de falar pra parar porque isso é chato, de dizer que eu não tenho chance nenhuma, até porque eu já sei. Não sei se é o fato de eu nunca ser levado à sério mesmo, ou se eu consigo ser tão repugnante assim pra ti, a ponto de não merecer uma chance de ao menos me abrir.

Demorarei mais alguns séculos pra dizer isso abertamente. Andei tentando escrever muito sobre ti essa semana. É um modo de dizer ao teu inconsciente tudo o que o consciente não me deixa falar. Não estou pedindo que me ame, só estou pedindo que me escute. É por um detalhe que estas palavras não são pra mim, um detalhe tão pequeno como uma letra no meio de um texto.


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